15/02/2022

Post #29 - O retorno

Após 4 anos, resolvi retornar para terapia. Foi uma pausa saudável. Pude colocar em prática todas as ferramentas que aprendi nas seções, colhendo o que plantei.

Eu já estava pensando em voltar desde os primeiros meses de pandemia, onde fiquei isolado em casa apenas trabalhando e convivendo com a minha família. Senti falta de muitas coisas como interagir com amigos, conhecer gente nova e namorar, estar em muitos lugares que gostava de frequentar. Me senti um pouco mal, mas logo amenizava esse sentimento negativo com o fato de estar vivo. Quantas pessoas se foram, eu fiquei, os meus ficaram também. Só isso é motivo para ter gratidão. E a gratidão também é uma ferramenta terapêutica.

Ainda consigo sentir coisas e ao mesmo tempo me olhar de fora, como se fosse outra pessoa, julgando esses sentimentos. Hoje me peguei sentindo-me triste por ter uma conta de Instagram rejeitada para seguir uma pessoa que eu nem conheço, mas admirava e gostava de acompanhar. Olhando isso de fora, penso ser algo tão pequeno para justificar tamanho sentimento. Eu não queria ignorar isso, dizer que está tudo bem e desdenhar. 

Há muitas outras coisas que gostaria de falar para meu novo psicólogo. Não vou esconder nada, nem ao menos esconder que tenho vergonha de mim mesmo por dar peso a sentimentos de tristeza sem uma boa justificativa. Ali continuarei preocupado com o que o outro vai pensar, mas não vou esconder. Faço isso porque sou honesto com meus sentimentos, sendo honesto comigo. Não quero esconder nada de mim. Eu busco auto conhecimento, como a leitura de um manual de instruções da minha própria pessoa para que eu possa me usar da melhor forma possível, sem me danificar. Eu já falei que não tenho paciência de ler manuais? Pois é, mas não posso esperar que alguém leia, preciso fazer isso por mim. É uma ferramenta para melhorar minha auto-estima. 

Estava um pouco inseguro em começar tudo com um psicologo de plano de saúde que não conheço e tampouco tenho indicação. Só que resolvi seguir o meu próprio conselho, conselho esse que sempre dou para os meus amigos: tente, se não gostar tudo bem, mude. 

A primeira seção já está marcada para a próxima sexta-feira. Desejo sorte pra mim. Sorte de ter uma afinidade com a pessoa com quem irei abrir minhas intimidades, minha vida. 

Será que a vida gosta de me oferecer frustrações para que eu possa movimentá-la? 

13/02/2022

Post #28 - A recaída


Não, não vou relatar nenhuma recaída. Só achei que daria um bom título para essa postagem. Os planos e ações continuam correndo normalmente.

Tive uma crise de gastrite essa semana. O meu estômago é o meu calcanhar de Aquiles. Além de sofrer a dor do desconforto abdominal, ainda tenho que lidar com o fato de não estar livre de passar por isso mesmo depois da dieta que venho fazendo há 5 meses. 

Os meus hábitos alimentares nunca estiveram tão saudáveis. Agora tenho certeza que não foi comida que fez mal ao estomago, mas comprovei algo que já tinha desconfiança: "não comer me faz mal". 

Para ativar ainda mais a queima de gordura, atual objetivo, retirei o lanche da tarde. Não cheguei a passar fome e os resultados foram super positivos com relação a meta que estou quase atingindo. Só que realmente quando fico algumas horinhas em jejum, volto a ter sintomas de gastrite. Essa é a recaída.

Estou melhorando. Retomei a fazer o lanche saudável da tarde, não ficando tanto tempo de estomago vazio. Tenho tomado bastante chá natural que ajuda na digestão também.

Queria escrever sobre a minha frustração. Volta e meia ter que passar por esse desconforto. É algo que convivo há muitos anos e já estou bem cansado. Não aceito que esse problema não tenha uma solução definitiva. Não aceito ficar sofrendo com dores por dias. Além disso, não aceito conviver com o medo de sair de casa e passar mal, medo de fazer uma viagem, medo de comer na rua, etc. Enfim tantos medos que paralisam!

Que loucura é pensar que rola até o medo de comer algo diferente.

Se eu posso tirar algo positivo dessa experiência ruim, é ficar mais atento não somente ao que eu vou comer, mas na quantidade e dividir isso durante ao meu dia de modo que eu não fique de estomago vazio. E também aprendi a não vilanizar a comida como se ela fosse a única causa raiz possível para este problema. 

Aprendi mais uma coisa boa, no meio de algo ruim. 

26/01/2022

Post #27 - A Retomada

Eu tinha na minha mente que uma hora tudo iria voltar ao normal, mesmo que as coisas fossem um pouco diferentes. Não tem como o mundo ser o mesmo após uma pandemia, não tem como alguém ser o mesmo após uma pandemia. É claro que nem todo mundo viveu a pandemia, pois muitos a negaram. Aos que viveram como eu vivi, nenhum soube ainda quando ela acabaria, ninguém sabe até hoje. Eu tinha na cabeça que quando fosse imunizado pela vacina, que só veio chegar pra mim cerca de 1 ano e meio depois, iria retomar muitas atividades.

Em Junho de 2020, 15 meses após o primeiro lock down, fui vacinado. Lembro-me da sensação que misturava felicidade e alívio. Quantas pessoas deixaram a terra por causa do COVID e eu estava aqui. Me senti um privilegiado, ainda por contar que não perdi nenhuma pessoa próxima. Poderia então retomar boa parte daquilo que tinha parado. 

A primeira coisa que pensei era retomar as atividades físicas, que seria musculação na academia. É algo que eu fazia há algum tempo sempre em busca de uma estética melhor e uma velhice mais independente. Tive a ideia de buscar profissionais da área da saúde para me ajudar. Agendei uma consulta com uma nutróloga, fiz exames e tive resultados negativos. Não era nada que não pudesse contornar com a mudança para hábitos mais saudáveis. Além disso, procurei um nutricionista, que passou uma dieta low foodmap e algumas vitaminas, que estou fazendo e tomando desde setembro do ano passado. No dia que eu recebi a dieta, fui as compras. Tinha muitas coisas naturais, a ordem é fugir de produtos industrializados. O lema é "desembrulhe menos e descasque mais". 


Para completar o pacote, fui a busca de uma academia nova. Visitei algumas e escolhi uma muito boa. Fiz a matricula, mas não estava conseguindo frequentar. Eu devo ter ido duas vezes na semana, depois não consegui ir mais. Não sentia falta de motivação, sentia falta de energia. Não tinha forças. 

A minha grande sorte é que essa academia dava uma aula assistida. Era uma cortesia que consistia em um professor acompanhando de perto o seu treino por um dia. Aquilo era o mesmo que fazer uma aula com personal trainer, algo que nunca tinha feito antes. Tive uma conversa com ela para relatar a minha falta de energia, ela explicou que quanto menos energia o corpo gasta, menos quer gastar. Incentivou dizendo que eu tinha que fazer um esforço para ir, mesmo gerando um desconforto inicial, mas depois o meu corpo se acostumaria com o novo ritmo e ficaria mais fácil. Pensei em contrata-la, senti uma afinidade com o jeito que ela conduziu aquele treino. Gostei da segurança que ela passou pra mim. Fui pra casa, fiz umas contas, coube no orçamento e decidi contrata-la por alguns meses, até o momento em que conseguisse entrar no clima e fazer o treino sozinho sem que fosse um martírio.

Após 3 meses de disciplina, foco total, novos exames foram feitos e os resultados foram excelentes. Fiz a minha "lição de casa". Enquanto no post anterior tinha relatado que me permiti comer coisas mais gostosas que davam o prazer momentâneo para compensar toda as restrições da pandemia, estou há meses sem comer um pedaço de pizza, um hambúrguer com fritas, salgadinhos de padaria e etc. Tanto a nutróloga quanto a nutricionista são contra dietas radicais, pois dizem que as pessoas não aguentam muito tempo e acabam desistindo voltando para o lixo com mais intensidade. Elas só não sabiam do meu poder de foco, mas eu sei. Isso é o mais importante.


Foram 3 meses treinando nos dias e horários combinados, sem falta. Só depois de todo essas semanas eu consegui sentir que o meu corpo está acostumado ao novo gasto de energia e consigo mais animo para ir a academia inclusive nos outros dias que não tenho treino marcado. 

Graças ao foco que consegui resultados positivos expressivos. Os exames mostram melhora na saúde, a disposição melhorou. 

Não basta saber o que quer, se for algo difícil de alcançar, tem que querer com vontade. Tem que querer demais, com toda a força. E já que não se trata de resultados que podemos ter do dia pra noite, precisa ter paciência também. 

Valeu a pena ter foco, disciplina, controle, paciência. O resultado é o maior motivador para continuar. 

25/01/2022

Post #26 - Dois anos de pandemia


Antes de escrever sobre a minha experiência de vida nesses últimos 2 anos de pandemia, decidi ler o ultimo post que escrevi sobre esse assunto onde menciono minha experiência após 1 mês de isolamento total. Naquela ocasião acho interessante que consegui perceber muitas coisas ao meu respeito em tão poucos dias, como a questão da auto estima estar comprometida durante apenas 1 mês de pandemia. Após 2 anos só consigo confirmar tudo aquilo que vivo repetindo para os amigos quando quero ajuda-los, não adianta ter consciência das coisas se não há ação

Não adianta reconhecer que existe um problema, se não é tomada nenhuma atitude para tentar soluciona-lo. 

Na ocasião do post anterior, observei que passei um mês inteiro em casa de pijamas. Hoje eu confirmo que não foi apenas 1 mês, mas 1 ano e meio. Durante esse período, continuei trabalhando home office, inclusive mais tempo do que de costume. Quando se trabalha em casa, se não tiver disciplina com horários, acaba-se por trabalhar mais tempo. Por alguns desses meses, dormia tarde porque trabalhava até de madrugada. Eu consegui concluir projetos complexos, então valeu a pena. Além disso pude abstrair todas as restrições que o isolamento trouxe ao jogar toda minha energia no trabalho. Psicólogos diriam que não é saudável viver intensamente uma área da vida e sublimar as outras. 

Há várias estórias de pessoas que acabam usando o trabalho como fuga, pois não tem uma vida social satisfatória. Outras pessoas se dedicam demais a família, deixando de lado sua vida profissional. Anular um pilar da vida por contra do outro, não sabendo conciliar. 


No meu caso, eu só trabalhei. Interrompi as atividades físicas, fiquei 100% sedentário. Levei o lockdown a sério, só saia de casa em casos de extrema necessidade. Não combinava mais de estar com os amigos, deixei de frequentar lugares que eu gostava, não conhecia mais gente nova, não interagia com pessoas, apenas virtualmente. Diante de tantas restrições, me permiti fazer uma compensação: comer coisas mais gostosas (que não são bons exemplos de comidas saudáveis). 

O resultado de não se exercitar como antes e não ter uma dieta saudável trouxeram consequências na minha saúde. 

Só que o corpo fala, e o meu falou, no momento certo.

Eu demorei, mas tomei atitude! O importante é não se cobrar por não ter feito a coisa certa antes, pegar mais leve consigo diante de um período tão complicado que todo mundo esta passando ao lidar com essa pandemia. Como já diz a velha máxima - Para tudo tem uma solução, menos para a morte. É verdade, estamos salvos, estamos vivos! Agora é correr atrás.

19/04/2020

Post #25 - Projeto de vida

Eu tenho algumas metas de vida. A principal é ser feliz, mesmo que alguma das outras metas não tenham sido atingidas.
Sou mais um individuo nesse mundo que associa a felicidade a atingir objetivos, especialmente se for material. Tenho algumas metas materiais e pensando bem, não tem nada de mal nisso. 
É saudável ter objetivos, caminhar pra chegar em algum lugar, querer o melhor pra si e correr atrás. Isso estimula, motiva e dá mais sentido a caminhada.
Conheço algumas pessoas sem objetivos que não percebem ter medo de não alcança-los e portanto nem tentam. O medo paralisa!
O erro no meio de toda essa história é acreditar que ao atingir um objetivos se mudaria todo um estado de espirito para a felicidade. Atribuímos poder a objetos. E no final da história, quanta insatisfação mesmo diante de ter alcançado tanto o que se quis. Parece nunca ser o suficiente e então a gente quer mais, mais e mais!
Um caminho estar feliz no caminho em busca de qualquer meta seria praticar a gratidão. Ter consciência de tudo que já conseguimos conquistar. Enxergar para tudo que já temos de bom, valorizar e agradecer!
Estou sempre praticando esse exercício da gratidão. Obrigado pela minha vida, obrigado pela minha saúde, obrigado pela vida da minha família, obrigado pela saúde da minha família. Agradeço por usufruir de todo o bom relacionamento que tenho com a minha família, com os meus amigos, com os meus companheiros de trabalho, com as pessoas que fazem parte do meu dia na academia, nos cursos, nos restaurantes e todos os locais que frequento. Agradeço pelo meu trabalho, gratidão por poder trabalhar nesses tempos tão difíceis. Agradeço por ser bem remunerado e poder trabalhar de casa, evitando riscos de contaminação nesse período de pandemia. Agradeço por ter consciência de tudo isso. Agradeço por eu ter mais metas e acreditar que vou conseguir alcança-las.

Post #24 - A quarentena

Estou ha 1 mês em isolamento devido a pandemia do coronavírus. Tenho trabalhado normalmente, mas sem precisar ir ao escritório. Tenho algumas vantagens com o home office.
Ganhei tempo! Quando não se tem que acordar tão cedo para se dirigir a empresa, consigo dormir pelo menos 2 horas a mais todas as manhãs. Isso é ótimo, o corpo descansa mais. O mesmo serve para o retorno pra casa, que não tenho mais que perder tempo preso no transito caótico de São Paulo. Além do tempo, estou fazendo economias com gasolina, pedágios, estacionamentos e outras despesas que acabamos tendo quando estamos na rua. O isolamento trouxe bons ganhos!
Eu tenho consciência de que devo sentir gratidão por ter esse privilégio de ver vantagens em meio ao caos.


Esses dias eu comecei a sentir algo estranho que não sabia bem definir. Diante desse sentimento, fico tentando descobrir a causa raiz para resolver a questão de forma definitiva. De repente me dei conta de coisas que eu estava negligenciando ao ficar isolado dentro de casa. Não estava cuidando de mim, mesmo tendo tempo pra isso.
Bem, além da higiene pessoal que sempre foi mantida em dia, eu passava o dia inteiro de pijama no sofá, com o computador no colo. Acordava, escovava os dentes, mas nem penteava os cabelos. Sentava e começava a trabalhar. Tinha aquele pensamento implícito de que se ninguém irá me ver, logo não preciso estar "bonito". 
Durante essas últimas semanas, a minha imagem através do espelho é bem diferente do que eu costumava ver todos os dias. Confesso que essa deve ser a causa raiz do meu sentimento de desconforto, acho que minha auto-estima não esta 100%. Apesar de saber que devo me sentir bem comigo mesmo e não para os outros, não estou fazendo a "lição de casa".  
Não consigo ter motivação para acordar cedo, tomar um banho, arrumar o meu cabelo, colocar uma roupa bacana e usar um perfume se ninguém irá me ver. Eu acho que a maioria das pessoas se sentem do mesmo jeito. 
Exponho isso, mas com um certo constrangimento de ter que admitir que eu me arrumo e fico bonito para os outros.
É claro que se eu olhar para o espelho e não tiver feliz com o que eu vejo, irei cuidar do meu corpo para que eu possa ficar satisfeito comigo mesmo. Isso não tem só a ver com os outros.
Eu prometi que nos próximos dias eu tomarei algumas atitudes para me sentir mais bonito. Sigo em casa na quarentena para salvar vidas.
Tudo tem um lado bom e um lado ruim. 

11/06/2019

Post #23 - A propósito

Esses olhos são meus.

Post #22 - Epifania do dia

Oceano, Mar, Litoral, Ondas, Água, Marinha, Costa

Quando comecei a escrever nesse blog, quis manter a minha identidade de forma anônima. Não coloquei meu nome para não ser identificado, sabe lá Deus por quem. Não queria ser julgado pelas coisas que tinha intenção de escrever aqui. Não queria que alguém pensasse algo errado sobre mim. Não queria que alguém interpretasse errado a minha forma de pensar. Não queria ser assunto de ninguém. 
Eu pensei em LIBERDADE. 
Liberdade de escrever o que eu quisesse, sem se importar com mais nada. 
Só que acabei me dando conta que eu não consegui escrever de uma forma livre. Eu não me dei liberdade. 
Escrevia os textos e relia várias vezes antes de postar. Não queria que saísse imperfeito. 
Não dizem que o que se escreve, o vento não leva? Isso é importante.
Ao escrever textos cheios das minhas imperfeições, mesmo que ninguém pudesse saber o autor, ainda sim eu me importei. 

Eu me importei com o que eu penso de mim mesmo.

Post #21 - Me, myself and I

Sou introspectivo desde muito pequenino. Cresci ouvindo que este meu jeito era um defeito. Sentia uma reprovação nas palavras das pessoas quando comentavam sobre mim. Eu era tímido. Ficava sempre pelos cantos.
Sou filho único. Não me lembro de ter sido uma criança que tinha muitos amiguinhos fora da escola, nem de ficar brincando na rua com outras crianças. 
Hoje eu acredito que, por ter ficado muito tempo sozinho, fez com que o meu mundo interior ficasse cada vez mais rico. Quando o nosso mundo interno é rico, a gente se torna introspectivo, a gente se volta para dentro.
Estava numa livraria olhando a seção de best sellers me deparei com o livro "O Poder dos Quietos", de Susan Cain. Ele explica as diferenças entre "Introspecção" e "Timidez". A introspecção seria uma característica do ser humano, que fica bem quando está sozinho. Já no caso da timidez, não é algo muito bem visto porque é um sentimento negativo que esta atrelado ao medo. Este poderia ser muito bem explicado com o seguinte exemplo - Numa sala de aula um professor faz uma pergunta aos alunos, mas nenhum aluno responde. O tímido sabe a resposta, mas não diz nada medo de errar. Tem medo de expor os seus erros. O medo de errar estaria associado com as consequências negativas que este erro poderia trazer, como a hostilização e a rejeição. Introspecção é algo bom, timidez não. Consegui enxergar que eu tinha as duas coisas.
Às vezes eu prefiro ficar quietinho com as minhas coisas, ouvindo minha música. Não significa que eu estou triste, como a maioria das pessoas pensam. Recentemente ouvi uma pessoa dizer que eu estava com depressão por uma leitura errônea do meu comportamento. Quer dizer que uma pessoa que prefere ficar só então significa que ela tem depressão? 
Anos depois em terapia, com a minha evolução conseguir enxergar que não era mais tímido, mas intimidado. Somente diante de situações onde sou pego de surpresa ou sofro pressão, sinto que paraliso. Até quando sou criticado, escuto em silencio e somente depois que estou sozinho é que eu consigo me defender para mim mesmo. Modesta parte, acho que tenho excelentes argumentos para me defender. É uma pena que não consigo usa-los na hora em que eu mais preciso deles, que é exatamente na hora que menos se espera. Será que tem uma maneira de melhorar isso? Vou pesquisar.
Eu acho que tudo se resume em uma coisa: Se preocupar com o que os outros poderiam pensar sobre mim.
Agora que eu entendo que ser do jeito que sou não é um problema, como a maioria das pessoas colocou ao longo da minha vida, consigo me aceitar. Quando eu me aceito, me liberto do peso de esperar que os outros me aceitem também. É um exercício.

28/07/2017

Post #20 - Uma pausa: muda tudo!

No início eu dei uma aula de como as pessoas tem que ser da melhor maneira possível. Hoje eu só quero compartilhar o meu verdadeiro eu. Eu não sou da melhor maneira que poderia ser.

Post #19 - Pra que servem os Fantasmas?

Ouço fantasmas. Eles não estão do lado de fora, estão do lado de dentro da minha cabeça. Não escuto coisas novas, escuto coisas que ja foram ditas. Coisas que me incomodam. Às vezes me pego respondendo esses fantasmas. Nesses momentos eu me vejo argumentando, me defendendo e até atacando. O meu humor se transforma. Me vejo irritado. São lembranças de críticas negativas, desaforos, injustiças, mal entendidos, julgamentos errados que eu sofri e não pude me defender. O problema é quando sou pego de surpresa, fico intimidado e não sei como reagir. Fico sem resposta. Eu que achei a minha vida inteira que era um cara tímido quando na verdade eu sou intimidado. Dizem que quando alguém tem algo para evoluir é então que a vida oferece desafios que só conseguirão ser superados se a pessoa desenvolver o que é necessário. Tenho como exemplo o ser humano que tem como característica a impaciência, este terá muitas filas longas para enfrentar no seu caminho. Você pode perceber que quando se supera verdadeiramente alguma dificuldade causada por algum acontecimento ruim recorrente, nunca mais o mesmo acontece. É como uma lição aprendida. Eu já superei muitas coisas, mas ainda tem muita coisa pela frente para superar. A lista é enorme, mas sinto-me como se tivesse na metade do caminho. 
E sobre os fantasmas, não tem nada a ver com sobrenatural, pelo contrário, são coisas bem reais. Essas pessoas existiram, disseram essas coisas que continuam ecoando na minha mente até hoje. Não é sempre que acontece.
Eu tento matar esses fantasmas. Não dou ouvidos ao que eles dizem, mas eu só me dou conta depois que já estou conversando com eles. Esses dias eu tava lembrando de um amigo que costumava criticar o meu comportamento, dizendo que eu era lento. Eu não sei porque raios eu decidi dar importância a ele. Enfim, eu dei e talvez esteja dando importância até agora, senão eu já teria esquecido. "Lento é você", respondo quando lembro do que ele me disse. "O mais importante não é a velocidade, e sim a direção". De que adianta ser rápido, mas não se enxergar preso diante de um problema. Ha dez anos esse meu amigo tenta consertar os outros, mas usando a sua própria cartilha. Ha dez anos eu vejo esse meu amigo reclamando sempre das mesmas coisas. Conserte-se, não os outros!
Eu queria me consertar. Não querer ser aquilo que não se gosta de ser, será que este é o problema? Eu não gosto de ser tantas coisas. Não gosto de ser inseguro. Será que eu tenho que deixar de ser inseguro ou tenho que ser inseguro com convicção para descobrir o motivo de possuir essa característica vendo o que ela trás de bom na minha vida? Será que depois dessa descoberta eu deixarei de ser inseguro ou continuarei sendo inseguro sem enxergar que sou porque isso deixou de ser um problema?
Será que o problema não é ter características ruins, mas identificar essas características como ruins?


22/07/2017

Post #18 - E aí, Qual é a boa do fim de semana?

Quando chega o fim de semana eu tenho uma forte tendência em assumir o papel de princesa. Deixa eu explicar. Eu, no meu mundo encantado, acreditando que vou receber um convite caído do céu para um programa romântico com alguém interessante. 
Desde os meus 15 anos eu sonho acordado com um amor. Sou MUITO carente, atualmente eu penso nisso pelo menos uma vez por dia. A minha sorte é que minha carência não é maior do que o fato de eu ser seletivo, senão eu seria mais uma daquelas que pessoas que namoram com qualquer um idiota somente para não ficarem sozinhas. Infelizmente eu conheço muita gente cujo o lema é "Antes mal acompanhado do que só". Como eu vejo amigos que aceitam defeitos imperdoáveis em seus parceiros somente porque não conseguem ficar sozinhos. 
Eu procuro ser muito honesto comigo mesmo. Demonstro isso ao admitir coisas em mim de que eu não tenho nenhum orgulho, como ser carente e o fato de sonhar com o meu reino encantado quando se trata da minha vida amorosa. 
Na lista das minhas confissões do dia tem mais uma coisa a dizer. Vou admitir que preciso que o outro me dê segurança com as suas palavras e ações. É por isso que eu não consigo conviver com pessoas incoerentes com palavras e atitudes, prometem mas não cumprem, falam uma coisa e fazem outra e etc. Cheguei a conclusão que esse tipo de comportamento nos outros me incomoda porque eu não sei o que eu posso esperar da pessoa. Não saber o que esperar do outro é horrível. Por exemplo: Se um determinado amigo é instável, que muda de opinião várias vezes, então eu já sei que NÃO posso contar com ele para coisas mais sérias. Continua a amizade, sem esperar muita coisa em troca. Agora como namorar alguém que some por dias e depois reaparece, que deixa dúvidas, que não responde, que não sabe o que quer, que vai dizer algo como "deixa rolar"? Não tenho estrutura emocional pra deixar rolar.
Eu acho que esse é o lance. Ninguém precisa ser perfeito pra mim, ninguém precisa ser do jeito que eu espero que seja, apenas precisa se comunicar bem sobre o que realmente é e o que realmente quer. 
Agora falando do mundo líquido em que vivemos, de que as coisas não são duradouras, de que tudo vem e vai mais rápido, neste mundo ninguém esta dando essa segurança pra NINGUÉM. E agora?
Sim, eu sei que isso é errado querer ter controle sobre as situações da vida. É impossível.
Na teria do mundo líquido, quando alguém quebra um celular, em vez de conserta-lo se compra um novo. Nas relações entre as pessoas acontece a mesma coisa, quando pessoas não entendem algo no outro, não concordam com algo no outro, entram em desacordo, em vez de tentar consertar a situação com um dialogo ou fazendo alguma concessão, trocam de pessoa como trocam seus celulares quebrados. 
Será que eu já fui assim? Devo ter sido pelo menos alguma vez na vida. Não posso reproduzir a atitude que eu reprovo. Vou prestar atenção na forma com que eu me relaciono com as pessoas. 
Prefiro estar no comando para não me machucar, gosto de conduzir as coisas para não se frustrar. Só que existe um conflito entre a pessoa que gosta deste controle com a pessoa que assume o papel de princesa. Princesas estão no controle ou estão sempre dependendo da atitude do principe encantado? Essa é uma pergunta retórica.
Então eu decidi ser mais príncipe, tomar mais atitude, correr atrás do que eu quero. No fundo, a princesa esta lá, adormecida, mas agora tem um principe sempre atuando num plano B. Atuando numa saída para lidar melhor com as frustrações.
E aí, qual é a boa do fim de semana? Sou eu mesmo que tenho que saber.

Post #17 - Você se aceita como é?

A minha terapeuta perguntou se eu me aceitava como gay. Fiquei tão chocado com a pergunta que eu não soube o que responder na hora. Então ela deu essa pergunta como lição de casa. Em alguns terapeutas pedem que seus paciências pensem em um determinado tema que eles consideram relevante diante de tudo que ouve da própria pessoa. 
Na semana seguinte eu cheguei para a consulta não muito convicto da minha resposta. Na verdade, nunca pensei que orientação sexual fosse uma opção para a própria pessoa aceitar ou não aceitar, mas sim conviver com ela. Uma vez que eu sempre soube que minha orientação de homossexual jamais poderia ser mudada, então de que adiantaria não aceita-la? Eu convivo com isso.
Agora não vou negar um pensamento que eu sempre tive a respeito disso: Como a minha vida seria mais fácil se eu fosse hétero, sempre acreditei que eu seria mais feliz se fosse hétero. No inicio, quando comecei a me entender por gente achava que seria mais fácil não ser gay por conta da questão do bulliyng que eu sofri na adolescência. Depois que a fase do bulliyng passou, continuei acreditando que seria mais fácil por conta da minha vida amorosa não existente. 
Eu sempre considerei que tivesse um perfil perfeito para qualquer mulher. Sou romântico, educado, preocupado, interessado, aberto ao diálogo, carinhoso, atencioso entre outras coisas tão fofas que qualquer garota sensível apreciaria bem mais do que somente aparência física. Já no meio gay, ou melhor, no mundo dos homens, aparência é o item número 1 da lista. 
Só que de uns tempos pra cá eu comecei a repensar tudo isso. Repensar em tudo que poderia ter sido e não é, repensar que poderia ser pior. Questionar essa teoria de sempre acreditar poderia ter sido melhor. Como eu poderia saber? Não poderia ser pior do que é? Sim, é claro! E é desse jeito que eu tenho pensado ultimamente. Eu já não consigo mais afirmar com tanta certeza que eu seria mais feliz se eu fosse hetero. Nem todo hetero é mais feliz simplesmente pelo fato de ser hetero. Fico apenas com a certeza de que a minha vida seria um pouco mais fácil, mas não mais feliz. Não é porque a vida de algumas pessoas é mais fácil que elas são mais felizes. Hoje em dia eu não me importo mais com isso. Eu só me importo em ser feliz. Então foi isso que eu respondi. E pude ver um sorriso sincero no rosto dela.

27/04/2017

Post #15 - Escudo contra o mal

Referente ao Post #13, com a reconstrução da minha auto-estima, que continua em andamento, venho por meio desta informar que aquela estranha loucura já não me pertence mais. 
Acredito que o problema era quando alguém pudesse imaginar algo negativo com relação a mim. Notei que quando estou me sentindo bem comigo mesmo só consigo imaginar que a opinião dos outros a meu respeito somente pode ser positiva.  Hoje, diante de uma opinião negativa, não me sinto abalado porque é como se esta critica não entrasse mais em mim.

Agora eu sei que o melhor escudo pra se proteger de qualquer mal é gostar de si mesmo e se sentir bem consigo mesmo. Ninguém derruba!

Então... Se cuida.

Post #14 - Ser feliz

Outro dia, diante da consciência que tenho sobre mim mesmo e meus sentimentos, cheguei a conclusão de que somente conseguiria ser plenamente feliz quando me livrasse das minhas angustias, das minhas inseguranças, das minhas questões mal resolvidas, da minha baixa auto-estima, do meu medo de errar e do meu medo da rejeição. Foi aí que uma sábia pessoa me disse - Não espere pra ser feliz somente quando você for uma pessoa livre do que lhe incomoda em você, aprenda a ser feliz com tudo de bom e de ruim que você tem. Não espere para ser feliz somente quando você atingir o seu objetivo. Não ESPERE para ser feliz, seja feliz AGORA.